Essa BDletter está especial e podemos provar. Na edição de hoje você confere uma análise inédita com dados do GeoSampa, entrevista sobre a nova plataforma de dados da República.org e, claro, não poderiam faltar dicas e novidades da BD para facilitar ainda mais a sua vida. Já prepare um cafezinho e aproveite a leitura!
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É isso mesmo, a versão beta da nossa assinatura de dados exclusivos e de alta frequência agora tem um novo preço, apenas R$ 47 por mês , e oferece até 7 dias de teste grátis para você explorar!
Lançamos a BD Pro para apoiar o trabalho da Base dos Dados e, ao mesmo tempo, proporcionar um serviço de qualidade e que traga real valor aos nossos usuários. Com a assinatura você acessa conjuntos de dados exclusivos como de cotações da B3, dados de oferta de produtos no Mercado Livre, dados de IPTU do GeoSampa e muito mais. Além disso, a assinatura oferece acesso à versão mais atualizada de algumas das nossas principais tabelas, como do CNES, dados de CNPJ, do Brasileirão, dentre muitas outras. Queremos que cada vez mais pessoas acessem, cruzem e analisem esses dados de uma maneira muito mais prática.
Convidamos você a experimentar nossa assinatura Pro!
Qual a diferença de preço do metro quadrado entre os bairros de São Paulo?
Se você já buscou um imóvel para comprar ou alugar, sabe que a localização influencia significativamente no valo. No geral, sabemos que imóveis em regiões centrais costumam custar mais do que os que estão localizados nas regiões periféricas de uma cidade, especialmente em uma grande metrópole como São Paulo. Mas como se dá essa geografia de valores e qual é o metro quadrado mais caro, ou mais barato, em uma das maiores cidades do mundo em termos de população?
Para explorar esse cenário, analisamos os dados do GeoSampa, portal oficial da prefeitura do município de São Paulo, que reúne dados georreferenciados sobre a cidade. Essa base de dados é notavelmente interessante por sua capacidade de fornecer insights sobre a dinâmica urbana e o mercado imobiliário da grande metrópole. São mais de 85 milhões de registros e 21,5 GB de informações como o valor do IPTU e do metro quadrado construído a nível do Código de Endereçamento Postal (CEP). Esses dados são valiosíssimos para explorar padrões de ocupação e planejamento urbano, avaliar a valorização de áreas específicas, investigar desigualdades territoriais e fundamentar políticas públicas com base em dados concretos.
Nesta análise, concentramos nossa atenção no valor do metro quadrado construído. Essa variável representa o custo médio por metro quadrado de um imóvel construído, o que permite verificarmos geograficamente as disparidades na concentração desses valores. Selecionamos os mil imóveis com os maiores valores médios de construção e os mil imóveis com os menores valores. Para isso, utilizamos os dados dos nossos Diretórios Brasileiros para marcar o ponto médio de cada CEP e os dados de município do geobr para delimitar pontos que se sobrepunham à cidade de São Paulo. Confira no gráfico abaixo.
A distribuição geográfica dos valores do metro quadrado construído na cidade de São Paulo revela uma notável disparidade. O bairro do Jardim Paulistano, localizado na Zona Norte da cidade, apresenta o menor valor de metro quadrado construído, avaliado em
R$ 7.960, enquanto o bairro do Itaim Bibi, na Zona Oeste, registra o maior valor, impressionantes R$ 39.980 por metro quadrado. Isso significa que a diferença entre o metro quadrado mais caro e o mais barato na cidade é de aproximadamente cinco vezes, destacando as variações significativas nos preços imobiliários em diferentes regiões da metrópole paulistana. O valor médio por metro quadrado na cidade é R$ 23.088.
Com assinatura Pro você pode acessar dados atualizados periodicamente pelo cadastro fiscal da Prefeitura, com informações como valor do terreno, área construída, uso do imóvel e até características do bairro. Comece já seu teste grátis e explore!
Que tal utilizar o código dessa análise para criar seus próprios recortes? Todos os códigos das análises que publicamos estão disponíveis em nosso GitHub.
O instituto República.org lançou recentemente a plataforma República em Dados, com dados e informações qualificadas para o debate sobre Gestão de Pessoas no Setor Público (GPSP). A iniciativa, que contou com a parceria da Base dos Dados no tratamento dos dados disponibilizados, traz um panorama abrangente sobre a atual situação dos servidores públicos no Brasil e ajuda a quebrar estereótipos com dados e evidências. A ferramenta disponibiliza dados de diferentes fontes dos governos e permite diversas comparações, como por salário e gênero
Nesta edição conversamos com a Vanessa Campagnac, gerente de dados e comunicação na República.org, sobre o desenvolvimento e o impacto da nova plataforma.Vanessa é graduada em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), mestra em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE/IBGE) e doutora em Ciência Política pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Tem experiência em pesquisa social há quase vinte anos, com foco em gestão pública, participação social e políticas públicas setoriais, tendo atuado como pesquisadora por mais de dez anos no Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ).
A plataforma possui um propósito importante de contribuir para a melhoria da gestão pública no Brasil. Poderia nos contar um exemplo de como os dados da plataforma já impactaram positivamente a tomada de decisões em um determinado órgão, entidade governamental ou política pública?
A plataforma ainda está muito no início para entendermos como ela irá refletir em políticas públicas e nas tomadas de decisões. Mas a nossa expectativa é que ela seja um instrumento que gere insumos para o debate de políticas de gestão de pessoas. Que os dados sejam usados para diagnósticos de problemas, para fomentar o debate, para provocar uma discussão sobre diversidade no setor público, sobre planejamento da força de trabalho, entre outras questões. Um exemplo de debate que tem sido fomentado no debate público é a desigualdade salarial entre esferas e poderes, além da proporção de servidores públicos em comparação com outros países que mostra que o Brasil não possui uma quantidade de servidores tão desigual de outros países os quais somos constantemente comparados, o que não significa, claro, que não devemos olhar para a questão do planejamento da força de trabalho.
Dados qualificados e de fontes confiáveis são essenciais para tomadas de decisão embasadas e eficazes. Poderia nos contar um pouco sobre a seleção das fontes e metodologia utilizada para garantir a qualidade e relevância dos dados da plataforma?
Toda a organização do República em dados sabe da responsabilidade que se tem com a transmissão de informações. Para manter esse compromisso, ter como base o uso de fontes confiáveis é um fator imprescindível para uma análise robusta e completa.
O uso dos dados provenientes de fontes oficiais como RAIS, SIAPE, PNADc, CNAE, OIT, entre outras, nos garante qualidade dos dados, pois tais fontes seguem metodologias consolidadas. Além disso, para muitas das fontes utilizadas contamos com o pré-tratamento de vocês (Base dos Dados) que tem um grande compromisso com a padronização e organização de dados públicos, o que facilitou muito o nosso trabalho.
Uma característica interessante da plataforma é a metodologia aberta, além da possibilidade de download dos dados completos ou já filtrados. Poderia nos explicar como essa abordagem de transparência tem incentivado o envolvimento da comunidade e possibilitado a colaboração de outros projetos?
A transparência atrai pessoas interessadas no mesmo campo de estudo, pois isso os dá autonomia para análises independentes, contribuindo para um possível feedback construtivo, além da promoção de discussões acerca do tema com base em dados legítimos. Dessa forma, abre-se um espaço para a construção de redes e\ou parcerias colaborativas em prol de um foco: a gestão de pessoas no serviço público. Ademais, os nossos códigos de tratamento e de pré-tratamento são totalmente abertos pelo Github, o que possibilita a total reprodução dos nossos dados e também abre espaço para que outras pessoas possam contribuir também em relação a metodologia.
Os dados da plataforma ajudam a identificar alguns dos principais desafios dos gestores públicos no Brasil, entre eles a questão da diversidade. Pode nos dar exemplos de como os dados disponibilizados podem subsidiar políticas públicas voltadas para a promoção da diversidade e igualdade de oportunidades?
Usando como exemplo o estudo "Onde estão os negros no serviço público?", vemos como a política de cotas possui um grande impacto positivo. De acordo com o estudo, "enquanto em 2000, a cada 100 novos servidores, aproximadamente 17 eram negros, a relação foi para 43 em 100 no ano de 2020. O aumento pode indicar os efeitos da política de ação afirmativa implementada a partir de 2014”. No entanto, vemos como há uma baixa proporção de cargos ocupados por pessoas negras, sobretudo mulheres, em posições de liderança, além da desigualdade salarial entre pessoas brancas e negras. Com isso, estimula-se uma discussão acerca do tema: a política de cotas é fundamental, mas ter ela por si só basta? Dados que estão na plataforma provenientes de uma avaliação feita pela ENAP mostram que a proporção de ingressantes por ações afirmativas em alguns órgãos não chegam a 20% (reserva determinada pela lei de cotas). Não se trata de uma opinião, são fatos apontados por dados autênticos que mostram a necessidade de mais políticas que promovam a diversidade e igualdade de oportunidades e como as ações afirmativas devem ser monitoradas para que sejam cumpridas.
A plataforma República em Dados também oferece uma série de infográficos interativos sobre GPSP. Poderia nos contar como essas visualizações gráficas têm sido utilizadas para simplificar informações complexas e engajar diferentes públicos, incluindo cidadãos, pesquisadores e gestores públicos? ?
O uso de infográficos nos permite a flexibilização da comunicação, ou seja, temos uma forma de linguagem um pouco menos técnica e detalhada e mais direta, acessível e assertiva. Não é necessário ter um título acadêmico para entender a informação que queremos transmitir. Muitas vezes, uma imagem com cores e formas diferentes chama mais atenção do que um texto, e é uma maneira mais rápida de passar uma mensagem. Com gráficos, é muito mais didático mostrar uma tendência ou um dado muito expressivo do que com uma tabela.
💡 Pra ficar ainda mais fácil
Qual o valor do metro quadrado naquela rua que você conhece bem em São Paulo?
Com a consulta abaixo você confere a média do valor do metro quadrado de construção e do terreno apenas digitando o nome da rua. Isso é possível porque você pode cruzar os dados do GeoSampa com nossos Diretórios Brasileiros, tudo no ambiente do BigQuery. Teste gratuitamente a nossa assinatura Pro, copie a consulta por aqui e adapte ela como preferir.
📌 O que rolou esse mês
Pizza de Dados |Essa semana teve Pizza de Dados saindo fresquinha e com sabor BD. Isso mesmo, nossos co-fundadores participaram do podcast para contar um pouco sobre suas estratégias para o nosso datalake, arquitetura de dados, ontologia e muito mais. Assista por aqui.
CNES |Os dados atualizados de estabelecimentos de saúde chegaram na BD e tem vídeo fresquinho para te ajudar com sua análise. São informações detalhadas sobre unidades de saúde no Brasil, como localização geográfica, tipos de serviços, recursos humanos, capacidade de atendimento, equipamentos médicos e outros mais. Assista por aqui.
International Reading Literacy Study (PIRLS) |Os dados de 2021 do estudo conduzido pela Associação Internacional para a Avaliação do Desempenho Educacional (IEA) já estão na BD e trazem informações abrangentes sobre o desempenho em leitura, fatores contextuais e muito mais. Acesse por aqui.
Painel Estatístico de Pessoal |Os dados do Painel Estatístico de Pessoal, disponibilizados pelo Ministério do Planejamento, chegaram na BD para te ajudar a analisar a força de trabalho no setor público.São dados históricos e atualizados, disponibilizados pelo Ministério do Planejamento, com informações de pessoal do Poder Executivo Federal, como cargo, função, perfil demográfico, distribuição geográfica e mais! Acesse por aqui.
📡 No radar
20 anos de Fórum |O Fórum de Direito de Acesso à Informações Públicasestá completando 20 anos de atuação e não vai faltar comemoração. Já marque o dia 29 de Setembro na agenda e fique ligado(a) nas redes sociais do Fórum para não perder mais informações sobre o evento.
Semana de Dados BR |A Controladoria-Geral da União (CGU) anunciou a Semana Dados BR, evento de governança de dados, que ocorrerá em formato híbrido de 26 a 29 de setembro de 2023, com atividades presenciais em Brasília e transmissões online. Veja mais poraqui.
🌎 Databasers
Você já explorou os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)?Veja que caso de uso legal para essas informações nesse dashboard que o Wellington, analista de dados no Núcleo de Estatística do Governo do Estado de Minas Gerais, desenvolveu e acesse você também esses dadosjá tratados e prontos para sua análise pela BD.