Como sempre, a BDletter dessa edição chega com novidades quentes, Vamos falar sobre nossa nova plataforma avançada de dados, a BD Pro, mas também tem análise inédita com dados de comércio exterior, uma entrevista incrível com Ivette Luna, professora do Instituto de Economia da Unicamp, e muito mais. Já prepare um cafezinho para se esquentar e aproveite a leitura!
🚀 Especial: BD Pro
Você já sabe que a Base dos Dados tem trabalhado diariamente para que qualquer pessoa consiga acessar os dados que precisa e focar no que realmente importa, construir uma boa análise. Acreditamos que quanto mais gente tiver acesso a dados públicos de qualidade, maior é a transparência e a participação popular na tomada de decisões. Porém, disponibilizar essas informações já tratadas e organizadas em um só lugar tem seus custos - e eles não são poucos. Como manter uma infraestrutura eficiente, uma equipe remunerada e uma comunidade ativa com recursos limitados?
É por isso que estamos lançando uma solução que vai ajudar a manter a Base dos Dados e, ao mesmo tempo, entregar um serviço de qualidade e que traga real valor para nossos usuários. Entre em cena a BD Pro, nossa plataforma avançada com dados inéditos e de alta frequência, pensados especialmente para impulsionar seu projeto, negócio ou pesquisa.
Assinantes BD Pro têm acesso a todos os dados e praticidades do nosso datalake público, além de contar com novos conjuntos exclusivos todos os meses. É uma maneira de contribuir com a universalização do acesso a dados públicos de qualidade e ainda contar com uma plataforma maior, mais rápida e precisa. Assim, conseguimos oferecer uma contrapartida extremamente valiosa para quem já contribui ou quer contribuir com nossa missão.
Atenção: Vale ressaltar que os dados abertos do nosso datalake público continuarão abertos. A BD Pro traz dados inéditos, ou os mesmos conjuntos só que com uma frequência de atualização maior. Dados que foram tratados por nosso voluntários também seguem abertos para toda a comunidade.
Mas afinal, quais são os dados da BD Pro? A plataforma já nasce com 5 novos conjuntos disponíveis e entre eles estão dados de finanças e investimentos, dados de comércio exterior, de cotações de ações e mais. Tudo com a qualidade comprovada que nossa metodologia garante e atualizados automaticamente. Sem mistério, você pode conferir os dados que já estão e os que vão entrar na BD Pro pelo nosso roadmap. Acesse aqui.
Descontos e benefícios? É claro que não poderia faltar. A BD Pro oferece cashback para custos adicionais no processamento de dados do seu projeto, desconto para estudantes e ONGs, dois cadastros de acesso por assinatura, além de outros benefícios.
Para quem já assinar, tem até promoção de lançamento. Mas se ainda estiver em dúvida, você pode testar e explorar os dados com 7 dias de acesso liberado. Clique no botão abaixo para ver todas as informações e já garantir sua assinatura.
A soja foi o produto mais exportado no Brasil em 2022. Foram mais de US$ 46,6 bilhões em transações de exportação do produto só no ano passado. Na análise desta edição, vamos observar quais estados mais exportam a commodity no país e quais são os principais destinos desse produto tão importante para nossa economia.
Para isso, utilizamos os dados de exportação do sistema Comex Stat, organizados pelo Ministério da Economia e que abrangem informações sobre comércio exterior brasileiro, ou seja, registros de importações e exportações realizadas pelo país. Essa base de dados contém informações detalhadas sobre as transações comerciais, incluindo dados sobre produtos, empresas envolvidas, países de origem, os destinos, valores financeiros e quantidades.
São dados valiosíssimos para analisar as tendências do comércio exterior, identificar nossos principais parceiros comerciais, acompanhar o crescimento ou declínio das transações de setores específicos, analisar a participação de diferentes países no comércio brasileiro, estudar tendências sazonais nas transações comerciais e realizar análises comparativas entre diferentes períodos.
Novidade: Além do acesso aos dados históricos do sistema Comex Stats, assinantes BD Pro têm também o acesso exclusivo aos dados mais recentes, atualizados com uma frequência mensal. Esse conjunto ainda pode ser acessado gratuitamente, mas com um período de defasagem com relação aos dados mais recentes.
Vamos para a análise? O Mato Grosso é o estado que mais exporta soja no Brasil e é responsável por 23% das exportações, seguido do Paraná (17%), São Paulo (15%) e Rio Grande do Sul (13%). O protagonismo do Mato Grosso nas exportações não é de hoje. O estado foi campeão de exportações do produto em 15 dos últimos 25 anos.
Como é possível observar no gráfico da imagem acima, a exportação de soja no estado possui um comportamento de ascensão desde 1998. Apesar de alguns períodos de queda desde então, o estado teve um impressionante aumento de 8,2% nas exportações só entre 2020 e 2021. No último ano, a tendência segue com um crescimento de 3%. É possível ainda identificar a sazonalidade anual das exportações com dados que vão até maio deste ano. Veja na imagem abaixo.
Mas afinal, para onde vai toda essa soja? O principal país que consome esse produto campeão das exportações brasileiras é a China. Ao longo de todo o período analisado, o país comprou aproximadamente 278 bilhões de reais da soja produzida no Brasil. Dessa quantia, Mato Grosso e Paraná exportaram, cada um, cerca de 52 bilhões de reais. São Paulo foi responsável por aproximadamente 47 bilhões do valor, seguido do Rio Grande do Sul com 46 bilhões e Goiânia com 19 bilhões.
Usada principalmente na produção de ração animal, a soja que o Mato Grosso exporta também possui outros destinos interessantes, como a Holanda e a Espanha, responsáveis por 10,6% e 8,9% das exportações do produto pelo estado brasileiro, respectivamente. Veja os principais destinos da soja mato-grossense no gráfico abaixo.
Que tal utilizar o código dessa análise para criar seus próprios recortes? Todos os códigos das análises que publicamos estão disponíveis em nosso GitHub.
Comece a explorar os dados de importações e exportações da Comex Stats e faça suas próprias análises e visualizações.
Professora do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Dados sobre exportações e importações também podem ser um indicativo da nossa saúde social e econômica? Nesta edição falamos sobre isso e como dados de comércio exterior podem ser importantes para a gestão pública, para empresas privadas e até para a formação de profissionais. Nossa convidada da vez é a Ivette Luna, professora do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
Ivette também participa ativamente do Núcleo de Economia Aplicada, Agrícola e do Meio Ambiente (NEA+), do Bios (Brazilian Institute of Data Science) e do Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia (NEIT). Suas pesquisas se caracterizam pela análise empírica no campo microeconômico, utilizando instrumentos de Simulação, Ciência dos Dados e Complexidade Econômica na análise de temáticas diversas, com predominância no estudo da dinâmica industrial, estrutura produtiva e desenvolvimento econômico.
Como a disponibilização de dados de comércio exterior em formatos acessíveis pode contribuir para a compreensão das dinâmicas econômicas globais e auxiliar na formulação de políticas públicas mais efetivas?
O acesso a dados de comércio exterior é fundamental para podermos mapear como está nosso estado de competitividade no cenário global. O mundo está cada vez mais interconectado e as relações de comércio se tornam cada vez mais estratégicas para conseguirmos crescer e se desenvolver. Com um bom acesso a esses dados, conseguimos identificar quais são nossas fortalezas como país nesse cenário e quais são as oportunidades de crescimento. São esses dados que nos permitem compreender nossas capacidades como país e identificar quais capacidades precisamos desenvolver internamente, inclusive para direcionar as políticas públicas. Afinal, são elas que vão determinar onde os recursos serão alocados.
Como a análise de dados de comércio exterior pode revelar padrões e tendências que impactam diretamente setores específicos da economia? Quais são os benefícios dessas análises para empresas, investidores e tomadores de decisão?
As técnicas de analytics e modelagem estão vindo muito bem no campo da economia e das ciências sociais porque são ferramentas que auxiliam de forma eficiente a tomada de decisão. No campo da economia existem várias pesquisas que buscam, por exemplo, mapear indicadores de complexidade econômica. Esses indicadores conseguem identificar e qualificar o que de fato temos em nossa estrutura produtiva. Isso nos ajuda a entender quais regiões poderiam aproveitar melhor suas oportunidades de crescimento e, consequentemente, de desenvolvimento. Quais são os setores mais competitivos e que alavancam de fato o desenvolvimento dessas regiões? É mapeando essas métricas que começamos a entender o que fazemos e o que poderíamos fazer para ter um maior ganho no bem-estar da população, seja em nível nacional, regional ou municipal. É curioso, porque são exatamente os dados sobre o comércio externo que trazem importantes insights sobre o estado do nosso desenvolvimento interno. Afinal, se você exporta algo, é porque você tem um leque de habilidades, conhecimentos e capacidades que te permitem exportar isso. Ou seja, os indicadores de comércio exterior também podem ser um reflexo da ‘saúde’ social e econômica de um país.
Vale ressaltar que essas informações são úteis também no planejamento de empresas privadas porque, afinal, elas querem estar onde vão ter condições de melhor se posicionar e contribuir. Esses dados permitem identificar quais regiões já têm essas capacidades ou as que ainda não conseguiram decolar, mas que podem ser uma oportunidade. As empresas podem chegar lá, crescer e também contribuir para o desenvolvimento da região, gerando empregos e demandado por capacidades técnicas específicas.
Como professora, qual é o papel da disponibilização de dados de comércio exterior no contexto acadêmico? Como o acesso a esses dados pode enriquecer o aprendizado dos estudantes e contribuir para a formação de profissionais mais preparados para o mercado de trabalho?
Hoje eu tenho levantado uma verdadeira força tarefa para que alunos de economia aprendam a programar, a manipular microdados e a ter um pensamento crítico e analítico observando essas informações, desde o primeiro ano. Afinal, os dados não são só números, eles refletem diversos aspectos reais da nossa sociedade. Atualmente você vê em todos os setores de atividades econômicas uma demanda grande por profissionais com essa capacidade. Alunos já têm acesso a esses dados de comércio exterior e outras bases muito ricas que o Brasil oferece, o que é fundamental para formar profissionais mais íntegros e com consciência dos nossos problemas como país. Assim, eles podem contribuir de fato para uma sociedade melhor. Não só na teoria, mas também na prática.
💡 Pra ficar ainda mais fácil
Quantas agências bancárias existem aí na sua cidade? Com a BD a resposta está a uma consulta SQL de distância e a gente te ajuda com isso também.
Você pode utilizar a consulta da imagem abaixo para obter diversas informações como nome, telefone, latitude, longitude e centróide das agências bancárias existentes no seu município. É só adicionar o ano, o mês e o município que você deseja. Você pode copiar a consulta pelo repositório de análises no GitHub e aproveitar para conferir outras análises e códigos bem legais. Acesse por aqui e se divirta.
📌 O que rolou esse mês
BD Edu | Nosso primeiro curso da BD Edu começou com uma aula aberta em nosso canal do YouTube. Tivemos a presença especial dos nossos co-fundadores, Fernanda Scovino e João Carabetta, e do nosso líder de projetos e parcerias, Matheus Ávila. Eles falaram sobre a importância do uso de dados na gestão pública e trouxeram casos práticos. Assista por aqui.
Brasileirão | Para quem está acompanhando o campeonato, relembramos uma análise bem interessante com a distribuição de resultados e a probabilidade do placar nas partidas entre 2003 e 2020. Confira por aqui.
📡 No radar
Censo 2022 | O Instituto Brasileiro de Geofrafia e Estatística (IBGE) apresentou ontem os primeiros resultados do Censo 2022. A abertura do evento contou com autoridades do IBGE, do Ministério do Planejamento, de agências da ONU que apoiaram a realização da pesquisa e também do Museu do Amanhã, de onde foi realizada a transmissão. Assista por aqui.
Python Brasil | As inscrições para a Python Brasil 2023 já estão abertas. As atividades do evento vão acontecer presencialmente do dia 30 de outubro até 5 de novembro, em Caxias do Sul - RS. Você pode garantir seu ingresso por aqui.
Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo | Está chegando o 18º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji. O evento acontece do dia 29 de junho a 2 de novembro e vai debater o impacto da inteligência artificial na comunicação, as complexidades da política no Brasil e no exterior, os bastidores de reportagens investigativas e projetos inovadores e técnicas de apuração. Garanta seu ingresso por aqui.
Fórum de Governança de Dados | A 3ª edição do Fórum de Governança de Dados começa hoje, às 10h, e você pode acompanhar a trasmissão ao vivo por aqui. O evento tem como objetivo incentivar a troca de experiências sobre governança de dados do setor público, especialmente entre os órgãos do Poder Executivo Federal.
🌎 Databasers
Rubens Fernando, analista de dados, conectou o datalake público da BD ao seu Power BI para analisar a frota de automóveis no Distrito Federal. Veja aqui que interessante ficou o dashboard que ele desenvolveu. Quer saber como usar os dados na BD usando o Power BI? Confira nosso tutorial por aqui.