Nesta edição temos uma novidade especial para você. Queremos te apresentar a BD Edu, nossa nova frente de educação. Preparamos uma seção especial para explicar como queremos contribuir para sua formação profissional e relembramos uma entrevista sobre como a BD pode ser extremamente útil nesse contexto educacional. Você também confere uma análise inédita com dados de operações de crédito no Brasil, além, é claro, de nossas novidades e dicas. Boa leitura!
🎓 Especial: BD Edu
Temos o grande prazer de apresentar a vocês a nossa nova frente de educação, a BD Edu, e nosso Curso de Análise de Dados Públicos com SQL e Google Sheets. Já sabemos que dados se tornaram muito importantes no mundo digital em que vivemos hoje. Eles são usados para compreendermos melhor a sociedade, a economia, a geografia, a política e até nossos hábitos. Eles também nos ajudam a construir projetos, aplicações e tecnologias que facilitam e impactam a nossa vida. Mas, independentemente do volume de informações que temos, essas coisas só são possíveis com pessoas que sabem interpretar, encontrar padrões e transformar os dados em conhecimento aplicável.
Essa habilidade se tornou valiosíssima para profissionais que querem se destacar no mercado e mostrar que são capazes de tomar boas decisões com base em evidências. Nós criamos esse curso porque queremos que essa seja a realidade de muito mais gente. Acreditamos que são profissionais que sabem como fazer e responder boas perguntas que vão ajudar a construir uma sociedade mais eficiente, transparente e justa.
Serão três meses de curso, com 10 encontros ao vivos, certificado oficial da Base dos Dados e mais de 70 horas aulas para te ensinar como encontrar, analisar e transformar dados em conhecimento.
Essa é uma oportunidade única de aproveitar toda a experiência da equipe da Base dos Dados e ainda nos ajudar a ampliar o acesso e disponibilização de dados públicos no Brasil. Todo o valor do curso será revertido em investimentos na BD.
Você não tem interesse no curso, mas sabe de alguém que queira aprender análise de dados para impulsionar sua carreira? Nos ajude compartilhando!
Quais são as principais instituições financeiras de operações de crédito no Brasil?
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em março de 2023 o saldo total de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN), medido em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), foi de 52,9%. Isso sugere que o acesso ao crédito é cada vez mais fundamental para o financiamento de atividades econômicas, investimentos e consumo no Brasil.
Para entender um pouco melhor o cenário da oferta de crédito no país, analisamos os dados de Estatísticas Bancárias (ESTBAN), que trazem informações sobre a posição mensal dos saldos das principais rubricas de balancetes dos bancos comerciais e dos bancos múltiplos com carteira comercial, agregadas por agência bancária e atualizadas mensalmente. Você também pode acessar esses dados, já tratados e atualizados pela BD, para realizar análises econômicas, estudos de mercado, planejamento financeiro e outras finalidades relacionadas ao setor bancário e às atividades econômicas em nível municipal. Confira as tabelas tratadas por aqui.
São muitas as possibilidade de análise com esses dados e, para exemplificar, lançamos um olhar para a participação percentual de instituições financeiras em operações de crédito no Brasil, de 2003 a 2022. Para isso, realizamos uma análise temporal descritiva das instituições financeiras que tiveram mais de 5% de participação nos valores totais de oferta de crédito no período. Veja na imagem abaixo.
Através dos dados foi possível identificar, por exemplo, que hoje são dois bancos públicos que contemplam o maior percentual dos valores da modalidade de crédito, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, seguidos pelos bancos privados Bradesco, Itaú e Santander. Além disso, foi possível observar a dinâmica de incorporação de instituições ao longo do período analisado, como foi o caso do ABN AMRO REAL S.A e do Unibanco S.A, que possuíam participações até 2008, mas foram incorporados por outros bancos. Após as aquisições, a participação do ABN AMRO REAL S.A foi incorporada pelo grupo Santander e a do Unibanco S.A pelo Itaú.
Com esses dados também é possível analisar a participação dos municípios nas diversas operações existentes, como crédito, débito, depósitos bancários, totais de ativos, dentre várias outras. Com relação às operações de crédito, por exemplo, é possível observar que em 2021 o município de Osasco teve o maior valor de operações de todo o país, realizadas majoritariamente através do Banco Bradesco S.A. Foram mais de 500 bilhões de reais em operações feitas através da instituição. Outro destaque interessante acontece em 2022, no município de São Paulo, quando os bancos da categoria “outros” – que agrupa bancos com participação menor que 5% nessas operações - contabilizaram uma participação de 22% nas operações de crédito da metrópole.
Que tal utilizar o código dessa análise para criar seus próprios recortes? Todos os códigos das análises que publicamos estão disponíveis em nosso GitHub.
Você também tem uma boa pergunta? Mande para nós através das redes sociais. Quem sabe você não encontra ela aqui na próxima edição.
Professor do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Tiradentes (Unit)
Ao longo dos anos, temos observado que a BD se tornou uma ferramenta incrível para auxiliar na formação de futuros profissionais da área de tecnologia e informação. Seja para começar a praticar a análise de dados com informações de cenários reais através de indicadores brasileiros, ou para construir um portfólio
colaborando com um dos maiores projetos open source do país, a BD tem sido um espaço de aprendizado e impulsionamento de carreira para várias pessoas.
Conversamos com o Adolfo Guimarães, professor do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Tiradentes (Unit), em Sergipe, que compartilhou um pouco da sua experiência utilizando a BD em sala de aula para trabalhar a análise descritiva dos dados com seus alunos. Adolfo é mestre em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e desenvolve projetos de pesquisa na área de Aprendizagem de Máquina e subárea de Processamento de Linguagem Natural. Além de professor, atualmente atua como colaborador do Grupo de Pesquisa Ludii.co na Universidade Federal de Sergipe (UFS) e é membro do Grupo de Pesquisa GPITIC da Unit.
Para nós é uma alegria ver a BD ser utilizada em sala de aula. Você poderia contar um pouco sobre as situações em que nosso datalake público foi útil e como foi a experiência?
Atualmente, sou professor da disciplina de Machine Learning e o foco no início da disciplina é trabalhar a análise descritiva dos dados. Esse ano resolvi utilizar nesta etapa dados do datalake público da BD, principalmente pela variedade de bases abertas e a facilidade no acesso aos dados de forma organizada, o que agiliza na hora de escolher quais dados trabalhar em sala de aula.
Para a atividade específica da disciplina utilizei a base da ANATEL que traz informações sobre os acessos à banda larga fixa no Brasil. Neste caso, fiz um recorte do estado de Sergipe e pedi para que os alunos analisassem os dados e trouxessem informações sobre a distribuição da banda larga no estado. A experiência foi muito boa. Como a base tem um histórico desde 2007, isso permite que os alunos façam uma análise atual, mas também histórica de como o serviço de banda larga mudou ao longo dos anos. Isso casa bem com o objetivo inicial da disciplina e eles conseguem aplicar o conteúdo visto em sala de aula em uma base real.
Outra vantagem que enxergo em utilizar o datalake da BD, é a possibilidade de combinar com outras bases. Neste caso, trouxe também os dados do diretório municipal para que eles pudessem casar os dados com os municípios e fazer a análise a partir da distribuição desse tipo de serviço no interior do estado.
Qual a importância de estimular o acesso a dados públicos na formação de pessoas?
Acho importantíssimo trazer esse tipo de dado para dentro da sala de aula. Estamos falando de alunos que estão em formação, mas essa formação não precisa se limitar à formação tecnológica. Ao propiciar esse tipo de acesso, estamos apresentando a esses alunos maneiras de como usar a tecnologia como ferramenta de inovação cívica, utilizando o conhecimento tecnológico que eles aprendem em sala de aula para analisar dados públicos e criar mecanismos que permitam à sociedade acompanhar e fiscalizar o bem público.
Você pensa em trabalhar com dados da BD em outras atividades em sala de aula?
Essa foi minha primeira experiência com a BD em sala de aula e já planejo estimular outras formas de uso. Como foi a primeira, eu mesmo fiz o recorte dos dados e já trouxe os arquivos prontos para ele. Para outras atividades pretendo deixá-los livres para explorar o datalake e escolher quais bases utilizar, quais análises pretendem fazer e quais dados pretendem relacionar. Acredito que há espaço para várias interações dos alunos com a BD não só na disciplina de Machine Learning mas em outras da formação deles.
💡 Pra ficar ainda mais fácil
Sabia que você pode conferir quantos estabelecimentos de saúde existem aí no seu município só com uma consulta SQL? E mais, você também pode encontrar o CEP, latitude, longitude e até o centróide de cada estabelecimento.
Isso mesmo, com a tabela de CEP do nossos Diretórios Brasileiros você consegue essas e muitas outras informações. Já copie a consulta abaixo pelo nosso GitHub e comece a explorar!
📌 O que rolou esse mês
Tutorial Python |Quer aprender a analisar dados públicos de maneira mais prática? Preparamos um tutorial para você dominar o pacote Python da BD, desde a instalação até a criação de análises e visualizações com exemplos práticos. Assista por aqui.
BD Pro |Vem aí o nosso novo serviço de assinatura com dados exclusivos. A BD Pro é uma plataforma avançada que utiliza de toda experiência e ferramentas que você já conhece da Base dos Dados, mas também oferece diversos conjuntos de dados que são especialmente interessantes para você, seu negócio ou pesquisa. Veja mais poraqui.
11 anos de LAI | Em maio, a Lei de Acesso à Informação (LAI) comemorou 11 anos desde sua implementação. Para comemorar a ocasião e mostrar como a lei é fundamental para a transparência governamental, preparamos um post com as principais bases da BD obtidas via LAI. Confira por aqui.
📡 No radar
Achados e Perdidos |O projeto Achados e Perdidos lançou sua nova newsletter. Criado em parceria pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a organização Transparência Brasil, o projeto reúne milhares de pedidos de acesso à informação de cidadãos e as respostas da administração pública feitas via Lei de Acesso à Informação (LAI). A newsletter irá trazer quinzenalmente novidades sobre a LAI. Assine já poraqui.
Pedidos LAI não respondidos |Em comemoração aos 11 anos de LAI, o Fórum de Direito de Acesso a informações Públicas publicou um artigo com ótimas dicas para quem não obteve resposta para seu pedido LAI. Confira a publicação completa poraqui.
Mapa de Acesso a Informações Públicas |A Abraji lançou o Mapa de Acesso 2023, estudo que avalia a transparência ativa e passiva das Polícias Militares no Brasil. Os resultados mostram que, em 11 anos de vigência, a Lei de Acesso à Informação ainda não é acatada em sua totalidade. Confira o estudo completo poraqui.
🌎 Databasers
Christian Basilio Oliveira, analista de dados no LabJaca e no Anota AI, usou a BD para analisar os dados do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) e observar o fator de hospitalizações por condições sensíveis à atenção primária ou básica no Brasil. A análise traz insights interessantes sobre a evolução das políticas de saúde no país, especialmente no que se refere à promoção da saúde, vacinação, controle de doenças crônicas, cuidados paliativos e reabilitação.Confirae ajude a compartilhar o trabalho desse databaser!